Dellekamp + Schleich projetam instalação sobre as dicotomias do poder para o Abierto Mexicano de Diseño 2019

Escrito por Mónica Arellano | Traduzido por Vinicius Libardoni
Publicado em 27 de Outubro de 2019

Como parte da série de exposições concebidas para o Aberto Mexicano de Desenho de 2019, o escritório de arquitetura mexicano Dellekamp + Schleich apresenta uma instalação chamada Dicotomías del Poder, uma intervenção no espaço do histórico Museu Numismático Nacional da Cidade do México, a qual estará aberta à visitação entre os dias 9 outubro até 17 de novembro, de terça à domingo das 10:00 às 16:00 horas.

A instalação está composta por três pirâmides construídas em madeira e ocupa uma das mais importantes e representativas salas do museu construído em 1895, uma das jóias ocultas do Centro Histórico da Cidade do México. Em meio a este contexto, a instalação concebida por Dellekamp + Schleich estimula a reflexão sobre o atual contexto histórico do país, instigando os visitantes a submergir-se em três diferentes dimensões da representação do poder:

A primeira, representada pela sala de fundição, resume a longa tradição colonial do país – com a cunhagem de moedas simbolizando uma das principais formas de representação do poder econômico. A segunda, simbolicamente representada pelas pirâmides, faz referência ao “poder” ancestral ou universal em diferentes culturas do mundo. A terceira, menos tangível e representada pelos "lambe-lambes" de jornais na estrutura exterior destas pirâmides, representam as últimas testemunhas análogas do poder na atual era da informação.

Todas estas dimensões acabam por criar uma espécie de experiência holística dentro de um espaço transformando, uma intervenção que procura dialogar com a histórica estrutura do edifício, provocando atravessamentos e deixando-se ver os vazios existentes por trás da massiva e imponente estrutura das pirâmides, criando um um jogo de luz e sombra bastante intrigante. Por outro lado, estas estruturas-instalações funcionam como estandartes das vozes e discursos públicos, os quais estão simbolizados pelos recortes de jornais que contém fragmentos das principais notícias do país ao longo dos últimos anos.